quinta-feira, 12 de maio de 2016

Sobre o documentário "O começo da vida"



Olá, 

Venho falar um pouco sobre a experiencia que tive ao assistir este documentário tão delicado e interessante sobre a primeira infância.

Entenda primeiro que trabalho com psicologia e com educação infantil, portanto este assunto que já é sensível para qualquer ser humano existente na face da terra, para mim, ele é pelo menos duas vezes mais sensível.

Bem, o viés trazido pelas diversas realidades abordadas nele, tratam de uma realidade comum entre os países de primeiro ou último mundo, que é a necessidade do cuidado das crianças pelos adultos. Existe até uma realidade apresentada ali em que crianças cuidam de crianças e que mostra como a pobreza extrema mina a capacidade de sonhar de uma criança em 100%, gerando uma angústia imensa no telespectador.

A questão simples está no vínculo. O sumo do supra sumo do filme é mostrar o quanto não é importante nenhuma outra circunstância para o bebê na vida do núcleo familiar neste início, além do vínculo. Não interessa o espaço, a temperatura, a alimentação, o nível de higiene ou sofisticação, não interessa a língua que é falada, o que interessa é necessidade de haver um vínculo forte com um cuidador, seja ele quem for. Pode ser a mãe biológica ou adotiva, pode ser um pai, uma avó, um avô, uma tia, uma babá, uma irmã ainda pequena também, uma educadora em um abrigo, outras crianças em uma comunidade, pode ser quem for, mas precisa haver um vínculo. 

E é essa necessidade de vínculo que precisa haver entre um bebê e uma pessoa que seja referência para este bebê que faz a necessidade vital de haverem políticas públicas direcionadas ao cuidado da primeira infância, porque é dando possibilidade para que estes cuidadores cuidem é que se fará a humanidade futura possível. Se não há espaço para se pensar nesta etapa da vida como importante, sendo que é ali que toda a base para a formação de uma personalidade se forma, não haverá paz, não haverá justiça, não haverá um mundo mais coerente. 

O filme apela para o telespectador no sentido de fomentar o desejo de ajudar, seja como for, pessoalmente, ou através de doações ou de direcionamento de alguma ajuda aos cuidadores das crianças, já que não é possível ajudar nenhuma criança diretamente, mas apenas através do cuidado dos cuidadores. 

Entendo a abordagem e acho importante como material de reflexão e de pensamento sobre o tema. Ao mesmo tempo me questiono sobre os interesses que existem por trás dos patrocinadores do filme, mas não acho que isso desmereça o trabalho lindo que foi feito de entrevista, filmagem e de olhar cuidadoso sobre famílias tão distintas vivendo em situações tão diferentes e sempre, com o olhar carinhoso para o bebê a frente deles. 

Vale a pena. Se você for da área ou não, como membro da humanidade, eu indico assistir ao filme.

Leve lenços! :)

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Um abraço!
Carol
carolinatorrespsicologa.blogspot.com.br

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