quinta-feira, 3 de março de 2016

Saúde do professor

Olá, 

Neste texto trato de algumas questões de saúde do professor que devem ser levadas em conta para a uma melhor qualidade de vida no trabalho em sala de aula.

Os principais comprometimentos na saúde do professor são problemas vocais, posturais, o stress e ansiedade decorrente das condições de trabalho. Entender esses problemas e saber como preveni-los ajuda o professor a ter condições para enfrentar o seu turno de trabalho com mais eficiência. Para discutir estes temas, teremos dicas de profissionais da área (Dra. Lúcia Mourão, fonoaudióloga e Dr. Luiz Boaventura, fisioterapeuta), enfatizando orientações para melhorar a saúde do professor. Iremos nos debruçar sobre a saúde do professor em relação a problemas na voz, problemas posturais e o stress.

Fatores desencadeantes de problemas para o professor são sem dúvida o excesso de trabalho, a indisciplina, a violência, o salário baixo, o desgaste físico, a perda da voz, a falta de reconhecimento profissional, fatores que geram stress e desencadeiam outros problemas quando o profissional não consegue lidar bem com eles.
Problemas psiquiátricos como o pânico e a depressão podem surgir assim como os de voz. Importante sempre beber água durante a aula expositiva, manter um relacionamento saudável com os colegas e alunos, pois a felicidade é o oposto da doença e é possível nas escolas.

Em relação à voz, Lucia Mourão, Fonaudiologa da Unicamp diz que as aulas excessivas, o ruído dos alunos que gera a elevação da voz é o que estressa as cordas vocais. Não houve treinamento de colocar a voz, então deve-se aprender a usar a voz, pois o professor só procura atendimento depois de ter algum problema vocal instaurado, teve que ter afastamento e faltar por estar sem voz. O que auxilia é a prevenção é a hidratação, pois quanto mais hidratada, melhor a qualidade da voz. Além disso é importante ampliar os movimentos da boca e não falar virado de costas e sim variar melodicamente chamando a atenção para alguns conteúdos. Os anestésicos são perigosos, pois camuflam a dor e fazem com que o professor force mais, até ter danos irreversíveis. É importante manter uma respiração boa, pois equilibrando a respiração, articulando mais e variando na melodia e hidratando a voz, se mantem por mais tempo uma voz saudável n trabalho com o principal instrumento de trabalho do professor, já que o conteúdo só chega ao aluno através desse instrumento: a voz. Quando houver dano na voz, é necessário buscar profissionais especializados.

Em relação à postura Luiz Boaventura, fisioterapeuta da Ceusp nos diz que existem várias causas para problemas nesta área, tais como as posturas viciosas, o sedentarismo, as hérnias de disco desencadeadas por sobrepeso e antiga L.E.R. que virou DORT, ou Distúrbio Ortomuscular Relacionado ao Trabalho. Para evitar este tipo de problema, se indica o alongamento, ou seja movimentar-se da melhor forma possível, alongando as mãos com os dedos para cima e para baixo. Não se indica usar o quadro num ângulo mais alto que a própria altura e deve-se manter os ombros relaxados e uma linha imaginária puxando a coluna para cima, para não haver encurvamento da coluna vertebral.

Em relação ao stress, podemos dizer que ele é uma reação do organismo com sintomas físicos e psicológicos que existe em três fases diferentes. A primeira, é o encontro com o fator estressante, a segunda, a resistência, ou seja, o estimulo é tão intenso que dura muito tempo ou a pessoa não tem estratégias para lidar com este evento estressor. Na terceira fase, de exaustão, é onde aparecem os sintomas físicos. O ápice do stress se chama síndrome de Burnout, é a exaustão emocional, gera uma avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade a todos os estímulos subsequentes. 

A sobrecarga, com excesso de trabalho, em final de semestre por exemplo, gera uma falta de tempo para atender as atividades todas que o professor tem que cumprir, gerando uma falta de recursos e uma má condição de trabalho. Tem pessoas que lidar bem e outras não com esta situação, mas mais importante que o estimulo gerador do stress é a maneira como você percebe o estímulo estressor, pois se você sempre responde de maneira inadequada, pessimista, com ansiedade acontece o desencadeamento e pode gerar a síndrome.

Como prevenir tais situações? Restaurar a dimensão coletiva é a melhor saída e perceber que coletivamente uma situação ruim não vai ficar sempre assim. Sempre importante procurar algo positivo na situação, conversando com outros profissionais e aprendendo como lidar com a mesma situação de diversas formas. Conhecendo as habilidades deles que você não consegue enxergar, o foco no que pode ser feito vai ser redefinido. É importante não desenvolver dependência de ninguém, tendo flexibilidade para aceitar as mudanças. 

Exercícios físicos regulares ajudam de maneira geral, assim como um bom sono e uma boa alimentação para a saúde física estar em ordem. Momentos do dia com foco em si mesmo são essenciais, assim como o diálogo com os formadores e coordenadores. Cuide da saúde física e emocional e conte com o apoio dos colegas, mantendo a indisciplina sob controle e aceitando ser prestigiado por uma postura mais serena na relação com os alunos, através do cuidado com si mesmo.



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